sexta-feira, 9 de outubro de 2009

"O apelo emocional do consumo atinge todo o mundo" - Entrevista com Ana Lucia Villela07/10/2009

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR


Ana Lucia Villela dedica-se à infância. Mestre em Psicologia da Educação pela PUC de São Paulo, em 1994, ela iniciou um trabalho socioeducativo em uma das regiões mais carentes da cidade de São Paulo: o Jardim Pantanal. Lá, moldou e fundou o Instituto Alana, organização sem fins lucrativos que promove assistência social, educação, cultura e proteção da população em geral. Em 2005, a ONG ganhou mais uma causa pela qual lutar. Foi quando Ana Lucia despertou no Brasil o debate sobre o consumismo na infância e criou o Projeto Criança e Consumo. Depois de firmar a defesa por uma restrição efetiva da comunicação mercadológica dirigida ao público infantil, o Projeto agora amplia as discussões para apontar que os problemas do consumismo não se restringem à esfera familiar.E uma das conseqüências mais graves desse consumo desenfreado é submeter crianças a uma constante pressão de mercado. Nesta entrevista ao Projeto Criança e Consumo, Ana Lucia afirma que hoje essa cobrança tem tornado o tempo de brincar cada vez mais escasso.O que te motivou a criar o Projeto Criança e Consumo?Eu fiz Administração de Empresas na FAAP e, na época, li um artigo que dizia que os EUA estavam investindo milhões de dólares em comerciais dirigidos a crianças. Não lembro o número, mas era um valor chocante. Fiquei assustada. E, a partir desse texto, eu resolvi fazer um trabalho sobre o mercado que existia para vender produtos para crianças, que não fossem necessariamente produtos infantis. Quando eu já estava no Vera Cruz [Instituto de Ensino Superior Vera Cruz, onde fez especialização em educação infantil], escolhi como trabalho de conclusão de curso falar sobre esse tema também. Fiz um recorte de como os comerciais televisivos retratavam a criança e a conclusão foi de que a criança tinha mesmo se tornado o centro de tudo e era um alvo fácil para o mercado – bem naquela linha de crianças sendo formadas como consumidoras e não como cidadãs. Esse tema sempre me chamou a atenção. Eu dava aula e ficava muito irritada com a influência da mídia no comportamento infantil. Então, as crianças falavam “vamos brincar de Pokemon?” e eu entrava na delas. Elas começavam a brincar e eu observava que havia uma limitação: “não é assim, você não viu ontem como era? O Pokemon não faz isso!”. Ficavam circunscritas à imitação fiel do que viam e não criavam nada em cima daquilo. Isso me incomodava muito. Outra coisa que me enlouquecia era ver criança de batom, salto, bolsa, uma erotização precoce absurda. No Jardim Pantanal [bairro no extremo leste da capital paulista] vi mães gastando o salário do mês para comprar o brinquedo que o filho tinha visto na televisão. A gota d’água foi quando soube que uma mãe tinha batido muito em uma criança porque ela tinha comprado uma boneca e a menina brincou uma semana e não tocou mais. Eu já observava isso em todas as esferas sociais, mas fiquei mais horrorizada nas regiões menos favorecidas. Porque as crianças de famílias que vivem uma situação financeira mais privilegiada, de alguma forma, tinham a cultura de comer bem, de ir ao museu, de viajar. Na comunidade Pantanal isso simplesmente não existia. Não tinha um médico para orientar a alimentação da criança, não tinha lazer... Um dos principais argumentos dos atores de mercado é dizer que os limites devem ser dados pelos pais. Mas como os pais que vivem uma realidade como essa do Pantanal podem lidar com isso?Os pais também são vítimas e nem percebem. E não vejo uma diferença muito grande entre pais de situações econômicas diversas com relação ao consumismo dos filhos. Porque o apelo emocional do consumo atinge todo o mundo!. Agora, em uma região pobre, é muito triste porque o desejo é despertado e eles não podem comprar. Gastam o que não têm para comprar um produto que a criança não vai usar. Muitas vezes os pais também não sabem o valor de uma alimentação saudável para o dia a dia do filho, a criança fica mais tempo sozinha em casa com a televisão ligada. Com menos recursos e com mais exposição a essas mensagens mercadológicas, o impacto é muito maior. Isso é um fato. Mas também já encontrei mães muito esclarecidas nessas comunidades.Como combater os impactos negativos do consumismo na criança?Acho que devemos ir pelo lado positivo, de explicar, dialogar, de trazer outros exemplos. Oferecer para a criança a oportunidade de conhecer um mundo diferente daquele, de sair de frente da televisão e fazer um passeio, conhecer a cidade. Isso desperta a curiosidade e dá outras referências a ela.Como educadora, é difícil lidar com essa nova realidade das crianças? Porque não tem como impedir que elas mergulhem no mundo do “Pokemon”.Mas você pode apresentar outros mundos para elas. Se a criança está na fase de colecionar brinquedos, por exemplo, então porque só colecionar aquela boneca X? Temos de aproveitar o que tem de rico nesse universo e incentivar a descoberta de outras coleções. Então, vamos atrás do que seu pai colecionava, vamos colecionar algo em sala de aula, todo mundo junto... É preciso partir do universo deles e ir além. Nesse sentido, é importante conhecer o universo infantil?Acho importante sim. Mais importante é ensinar a criança a brincar e apresentar vários modelos de brincar. Imitação, faz de conta, jogo, brinquedo. Mas é preciso saber do que as crianças gostam, o que querem, para entender o que interessa a elas.O brincar é ensinado? Ele não é natural do universo infantil?O brincar deve ser ensinado. Não acredito que ele seja natural. O que acho é que a criança tem mais liberdade para brincar e fantasiar do que o adulto, que já está preso a regras e ao sistema. Mas a criança é ensinada a brincar desde bebê. Ela interage com o mundo brincando, mas quando ela acha graça em alguma coisa é porque, em outro momento, ela vivenciou uma situação parecida. Quer dizer, sem o mundo ao redor dela, ela não brinca. Por que o brincar é importante ao desenvolvimento humano?O brincar é fundamental por muitos motivos. Um deles é conhecer o mundo onde vivemos. A primeira coisa que a criança aprende a fazer é imitar o adulto. E quando ela fica mais velha, brinca de ser carteiro, de ser médico. Por quê? Porque ela pega tudo o que ela apreendeu da vida para brincar imitando. Essa é chance que ela tem de se colocar em vários papéis, de se colocar no lugar do outro, de planejar a brincadeira, de criar soluções e avaliar como foi a brincadeira. Outro fator importante do brincar é a socialização, porque é na brincadeira que a criança interage com outras pessoas e, assim, aprende a respeitar o outro, a seguir regras e a conviver em grupo. A vida é isso. Nós adultos, estamos sempre trocando de papel também. Você é mãe, profissional, amiga, enfim, cada hora você está em um papel. Mas, além de ser um treino para a vida adulta, o brincar é uma maneira de a criança entender como o mundo funciona. O brincar é muito amplo – brinca-se sozinho e com os outros.Quando a criança começa a entender o mundo, a perceber que está brincando?Até a criança entender que ela é um ser diferente da mãe demora cerca de um ano. Depois, ela começa a entender que faz parte de um mundo lá pelos três anos de idade. É um processo. Nesse período, a criança é egocentrada. Quando ela entra no mundo letrado é que passa a compreender mais efetivamente as coisas, pois tem mais uma ferramenta de leitura do mundo.E qual a importância da brincadeira nessa fase em que a criança já compreende melhor sua relação com o mundo?É super importante a criança começar a ter brincadeiras mais coletivas, porque cada vez mais ela vai sair daquele mundo de poucos amigos, de convivência só com os familiares, e vai ampliar o universo dela. E, para isso, ela precisa entender melhor o mundo. E para entender melhor o mundo, ela precisa fazer brincadeiras mais coletivas, jogar com várias pessoas e com regras mais complexas.Qual é o grande problema dos brinquedos eletrônicos?Eu acho que tem brinquedos e brinquedos eletrônicos, sabe? Alguns são bem interessantes. Por exemplo, eu estava com a minha enteada aprendendo a tocar guitarra. Talvez fosse mais interessante aprender a tocar no instrumento em si, não sei. Mas é válido. Agora, a Susan Linn [psicóloga norte-americana] fala bastante do lado negativo de brinquedos eletrônicos, principalmente da violência nos jogos de videogame. Mais da metade dos jogos eletrônicos são extremamente violentos e não são adequados para as crianças. Outra questão são os estereótipos desses jogos, que são passados de maneira deturpada. E há outros brinquedos eletrônicos que se limitam a fazer apenas aquilo, como ter uma boneca que fala, que chora para trocar fralda. Bom, a historinha já está dada. É um brinquedo que só tem uma função e não estimula a criança a criar, a fantasiar.Você está falando de brinquedos estruturados. Qual é a função deles?A função do brinquedo estruturado é fazer com que a criança possa imitar o mundo. É brincar de tudo que está aí. E é muito importante. E uma boneca como a Barbie?A Barbie já vem como a boneca que todo mundo quer, a que é certa, a que é bonita. Ela já vem com um monte de carimbos. Precisa ser loira, com cabelo comprido, com aquele corpo. Então, a criança brinca com aquela boneca que já vem com um ideal de beleza. É meio complicado. Até acho que é possível brincar de forma criativa com a Barbie, o que eu acho ruim são os valores que ela passa. É a indústria da Barbie. Existe um discurso hoje de que a infância está mais curta. O que você acha disso?Acho que se encurtamos a infância, temos consumidores mais rapidamente. É simples assim. Esse é o discurso de quem quer ver a criança, desde muito pequena, comprando um monte de produtos. E a criança ainda não está formada. Ela não consegue pensar como nós, adultos. Por mais estimulada que ela seja, por mais genial que a criança seja, ela não está com o cérebro formado. Uma criança aprende muito mais rápido que um adulto? Aprende. Isso tudo nós sabemos. Mas ter essas funções que nós temos ela só vai ter quando for adulta. Quais as conseqüências de pular etapas da infância?A criança não consegue ser um ser humano completo. Não brincar o quanto deveria brincar, não vivenciar o que deveria vivenciar, dificulta o desenvolvimento das capacidades de um adulto saudável.Existe uma linha de pensamento de que a infância é um conceito. Você concorda?Não. Depende de como se lê a infância. Se pensarmos que a criança precisa de um amparo, que não se desenvolve sozinha, que precisa sempre do adulto por perto, que o cérebro dela ainda não está formado, assim como o corpo também não está formado, é claro que isso não é apenas um conceito construído. Infância é infância. É aquele período da vida em que ainda não temos todas as capacidades e que precisamos da ajuda do adulto. E é por isso que o Estado assegura todos os direitos da criança. Com relação às políticas públicas, como assegurar à criança o direito que ela tem de brincar? No ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente], há leis relacionadas a isso. E os próprios parâmetros curriculares contemplam a importância do brincar para cada etapa do desenvolvimento. Então, o brincar tem de estar inserido em qualquer processo de aprendizado e isso é lei. Mas existe uma discussão, porque cada vez mais estão encurtando os recreios, como se não fosse importante o brincar. Existe um movimento grande de que o brincar é importante, mas é muito fácil para o professor esquecer. E eu nem culpo o professor, porque mesmo sabendo da importância do brincar, ele fica tão preocupado com tudo o que precisa cumprir naquele ano, que é fácil esquecer o brincar. Acho que é mais um alerta. E por que esse tempo de brincar tem sido diminuído? É a pressão do mundo que a gente vive hoje. A visão de que é tudo rápido, de que tem muita informação e de que precisamos dar conta de tudo. Antes era mais fácil ter tempo para brincar. Esse fenômeno tem a ver com o mundo globalizado, com o mundo muito mais competitivo. Se a gente for ver as crianças que tiveram chance, no passado, de ter uma infância saudável, acabaram se tornando adultos muito mais bem sucedidos na vida.
(Extraído do site: http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/NoticiaIntegra.aspx?id=6432&origem=23)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

BRINCAR, TAMBÉM NA 3ª IDADE???


É isso mesmo!

O Projeto Oficina de boneca de pano para a 3ª. idade tem por objetivo aliar o brinquedo à falta de perspectiva de vida produtiva que infelizmente algumas mulheres passam ao chegar a uma idade avançada, trazendo o valor simbólico da boneca, resgatando a conotação de “proteção”, “maternagem” e “alegria de viver”.
É através da confecção da boneca que a senhora criará e transportará suas emoções resgatando sua infância, seu valor de vida, sua capacidade produtiva, contemplando os aspectos físico, emocional, mental e intelectual.
Após a confecção das bonecas, as senhoras terão a oportunidade de ajudar ao próximo doando o material confeccionado para algumas entidades que beneficiam crianças, como também para seu próprio benefício, gerando renda.
A oficina de boneca de pano tem aulas semanais de capacitação em corte e costura, atividades com fisioterapeuta e dinâmicas previstas com psicólogo.

Projeto Aprendendo a aprender


O projeto Aprendendo a aprender é hoje uma realidade do Instituto e de voluntários que se dedicam fielmente à assistência social.

Esta ação iniciou-se em março de 2007 apenas com o atendimento psicopedagógico para crianças carentes da região, geralmente encaminhadas por diretores de escolas públicas da comunidade de Artur Alvim.
Atualmente realizamos 40 atendimentos por mês, porém a necessidade de ampliarmos este projeto é grande.
A procura pela comunidade tem sido muito efetiva e as queixas são na maioria de crianças que estão na 4ª, 5ª. séries que não sabem ler e escrever.
Diante do exposto o Instituto Nacional de Renovação Integrado – INRI, reconhece que o projeto tem um grande alcance na comunidade, auxiliando as crianças e os adolescentes a desenvolverem um vínculo prazeroso com o aprender, criando condições favoráveis ao desenvolvimento de etapas cognitivas (aprendizado) e afetivas.
Este projeto valoriza e resgata o brincar como elemento fundamental para o tratamento e o atendimento das crianças.
Para tanto, contemplando a seriedade deste projeto, o Instituto INRI está desenvolvendo junto a Universidade da Cidade de São Paulo uma pesquisa científica defendendo a importância do brincar no desenvolvimento infantil.É primordial neste projeto que as famílias se envolvam com nas questões lúdica dos seus filhos e para isto levamos palestras, orientações, aconselhamentos para as famílias, grupos de estudantes do nível superior, professores

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

I Fórum de Pedagogia Estácio-Uniradial







O Instituto INRI participou do I Fórum de Pedagogia Estácio-Uniradial que teve como tema: Educação e Cidadania. O evento foi realizado no dia 8 de maio no campus de Santo Amaro. A gestora de projetos do Instituto INRI, psicopedagoga e pesquisadora do brincar, Sra. Andréa Soares Delfin apresentou o “Projeto Aprendendo a Aprender”, uma ação do instituto que tem por objetivo o atendimento de crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem e socialização, realizado por uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, psicopedagogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas infantil e familiar cuja metodologia é o brincar.

Nesta oportunidade queremos agradecer e parabenizar a coordenadora do evento da região Sul, Profa. Cecília Carolino, o mediador Prof. Francione, doutor em Educação, Arte e História da Cultura e aos alunos do curso de Pedagogia.


“BRINCANDO É A MANEIRA PELA QUAL A CRIANÇA APRENDE O QUE NINGUÉM PODE ENSINÁ-LA”. (LAURENCE FRANK)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Siga essas instruções e você contribuirá para que sua criança cresça feliz!




Brinque com os filhos - Os pais, muitas vezes, para agradar, acreditam que a quantidade de brinquedos é a melhor forma de suprir a necessidade de seus filhos. Lembrar de uma brincadeira da infância e propor ao seu filho também é uma alternativa muito interessante e deve ser feita com total espontaneidade. O prazer de brincar, de ensinar uma nova brincadeira, deve acontecer naturalmente, senão torna-se mecânico e não existe continuidade.

Crie um espaço próprio para a criança brincar - Criança deve ter horário de criança e espaço de criança e, podar ou cortar bruscamente uma brincadeira, sem explicação aparente, é desrespeitar essa possibilidade de brincar. Dica: Diga a seu filho: Vai terminando de brincar...

Dê uns 5 minutinhos e aí sim, oriente-o a encerrar definitivamente a brincadeira. Desta forma ele iniciará e terminará o que estiver fazendo, dando-lhe a satisfação de dever cumprido!

Aproveite o seu cotidiano para brincar com a criança - Bater um bolo, por exemplo, pode se tornar uma gostosa e divertida brincadeira entre pais e filhos e é importante que a criança sinta que a situação é divertida para os dois. Assim, percebe-se claramente que as velhas e boas brincadeiras são passadas intuitivamente de geração para geração. Por esse motivo, jogar bola, empinar pipa, ou mesmo brincar de boneca são situações corriqueiras para as crianças de hoje. A proposta é simples e gostosa; a possibilidade dos pais viverem seu lado criança com seus filhos. Experimente, não há nada melhor.

Analise o brinquedo ofertado – Como pais, devemos nos questionar: O que pretendemos com as nossas crianças, e que valores queremos transmitir a elas? Qual a verdadeira função do brinquedo? Quais critérios escolhemos para presentear nossos filhos?

Ofereça brinquedos simples – Quanto mais simples for o seu brinquedo, mais a criança se tornará ativa em sua fantasia. Este movimento interior da fantasia, é tão importante para a criança como o movimento de seu corpo físico. Quando damos brinquedos que falam sozinhos, piscam os olhos, se movimentam de um lado para o outro ao apertar de um botão, acabam atrofiando a sua fantasia, e prejudicamos o seu desenvolvimento físico, cognitivo e emocional.

O que você precisa saber sobre bonecas!

As bonecas atravessaram épocas e civilizações, representando valores humanos, históricos e culturais importantes. Atualmente, nos deparamos com inúmeras distorções quanto à oferta de bonecas para crianças, pois, as mais vendidas não representam crianças, mas sim adultos. Por outro lado os materiais sintéticos (plásticos, borrachas, etc), que são utilizados na construção dessas bonecas, não estimulam as forças da fantasia da criança, eles não existem na natureza, por isso são frios, e ainda não oferecem nenhum valor construtivo para o desenvolvimento infantil.
A origem da boneca é tão antiga quanto a história do homem e provavelmente as suas primeiras aparições foram na Pré-História. Elas passaram a ser vistas como brinquedos infantis no século XVIII, sendo fabricadas a partir de então, em maiores quantidades.
Destacando como exemplo a importância da simplicidade dos brinquedos que possibilita à criança ter uma fantasia mais rica e uma imaginação criadora. Outro aspecto relevante a ser abordado se refere aos tipos de bonecas e ao processo evolutivo da criança, ou seja, ela deve brincar com bonecas adequadas à sua faixa etária, respeitando as suas necessidades físicas e emocionais.
A boneca para a criança é um espelho do seu ser, é uma amiga muito próxima do seu coração, pois sempre a acompanha em todos os seus momentos, seja nas brincadeiras, nas tristezas e alegrias, na cama ao dormir, por esse motivo a criança estabelece uma relação de imenso valor para com a boneca, e isso não ocorre com outros brinquedos.
A criança precisa vivenciar diferentes tipos de materiais naturais como: lã de carneiro, feltro, malha de algodão, etc. Na verdade, estes materiais são vivos e despertam calor, segurança. Isto ela pode aprender com este tipo de boneca.
Assim, uma boneca elaborada a partir dessas concepções, possibilita à criança cultivar o seu próprio ser. Oferecer à criança, brinquedos confeccionados com respeito e qualidade é um gesto de amor que certamente deixará boas sementes para o adulto que virá.
A boneca é a imagem do ser humano. A criança a imita e se identifica com ela.
A boneca na mão de uma criança, é para ela um espelho de seu ser e de seu processo evolutivo.
Como o ser humano é composto na sua diversidade de três elementos (cabeça, tronco e membros), estas bonecas também apresentam estas características bem definidas.
A forma humana representa a totalidade da missão do ser humano, e assim, a criança poderá através dessa boneca, conviver com a verdade e com as relações humanas.
Então você aprendeu:

Brinque com seu filho! Aproveite o seu cotidiano para estimular a brincadeira! Crie um espaço para oportunizar a brincadeira! Analise o brinquedo que você estará ofertando a criança... dê preferência aos brinquedos simples!
Serviço de orientação psicopedagógica
INRI - Instituto Nacional de Renovação Integrado

Capacitação de professores na África

A pesquisadora Andréa Soares Delfin esteve realizando junto com uma equipe de profissionais da área de educação e cultura o I Congresso de Educação e Cultura do município de Cacuaco. Neste evento foram abordados temas sobre a pedagogia, a psicopedagogia e a importância do brincar. "Quero agradecer o INRI, Instituto Nacional de Renovação Integrado, ong a qual sou gestora e desenvolvo a atividade de psicopedagoga voluntária, a ONG AMEN, instituição italiana que organizou o evento e nos acolheu com tanto carinho, a equipe de profissionais que estiveram comigo destes dias de muito trabalho, a empresa Xalingo pela doação de brinquedos e jogos que foram doados ao Centro Escolar Beniamino localizado no município de Cacuaco/Luanda e aos mais de 600 professores Angolanos que passaram dias participando desta capacitação!
















Criança brasileira brinca pouco

Criança brasileira brinca pouco, diz pesquisa
Reportagem do Jornal Hoje apresentou pesquisa sobre o tema. 97% apontam TV, vídeo e DVD como principais formas de brincadeira.
Televisão traz mais riscos para as crianças do que se pensava, alerta cientista
O Jornal Hoje faz um alerta: a criança brasileira brinca menos do que deveria. E isso pode dificultar o desenvolvimento emocional e intelectual das futuras gerações.Para chegar a essas conclusões foi realizada uma pesquisa inédita no país sobre a importância de brincar.
Deslizar, escorregar, balançar. Está na cara - sorridente - o prazer de brincar com amigos ao ar livre; uma diversão cada vez mais rara, mostra a pesquisa feita com mais de mil pais e filhos de todas as classes sociais, de todas as regiões do país. 97% dos entrevistados apontam TV, vídeo e DVD como principais formas de brincadeira. O quarto é o espaço do lazer para 49% das crianças. “Na rua hoje em dia é mais delicado. No meu tempo havia essa possibilidade”, diz um pai. O trânsito e a violência limitaram os espaços de diversão da garotada. E o corre-corre da vida moderna afastou os pais das brincadeiras. Pouco mais da metade dos entrevistados (53%) diz que brinca diariamente com os filhos. “De noite, quando chego em casa, eu brinco um pouquinho, mas logo ela [a filha] dorme porque ela fica o dia inteiro no colégio”, conta uma mãe. E a preocupação com o mundo do trabalho faz com que 84% dos pais digam que os filhos devem estudar mais do que brincar. “Uma criança sem estudo não gira, não. Tem de estudar mais do que brincar”, avalia outra mãe. Durante muito tempo brincar foi considerada apenas uma atividade de lazer, mas hoje, com o conhecimento melhor do cérebro humano, já se sabe que brincar é, sim, uma forma de aprender. A gangorra, por exemplo, ajuda a entender noções espaciais e a compreender conceitos simples, como subir e descer. “Embora seja por uma parte sensorial, uma parte motora, isso vai ser transformado no cérebro em mensagens que ele vai processar”, afirma a pesquisadora da PUC de São Paulo, Maria Ângela Barbato Carneiro. A especialista explica que falta de tempo para brincadeiras tem um preço. “Hoje existe um problema de menos coordenação das crianças, elas são mais obesas e, além disso, são menos criativas e têm menos autonomia”. No estúdio do Jornal Hoje, a educadora Marilena Flores Martins concedeu entrevista. Ela foi consultora da pesquisa divulgada. JH: Marilena, a reportagem mostra que os pais estão sacrificando a rotina dos filhos e ocupando os horários dedicados às brincadeiras com cursos para prepará-los para o mercado de trabalho. Isso é uma radiografia dos tempos modernos. Isso pode prejudicar também o desenvolvimento emocional das crianças? Marilena: Prejudica porque a neurociência mostra que os estímulos externos ajudam no desenvolvimento do cérebro e ajudam as áreas, inclusive, que influenciam na aprendizagem. Aprender não significa só ir à escola; brincar ajuda a criança a captar o mundo, perceber o mundo à sua volta e, principalmente, a desenvolver atitudes de comportamento que serão adequadas na vida futura, tais como trabalhar em grupo, respeitar o outro. JH: As crianças hoje brincam muito com esses joguinhos de computador. É a mesma coisa brincar sozinho em frente ao computador ou brincar com a turma? Marilena: Qualquer excesso é prejudicial. Então ficar muito tempo na frente do computador, principalmente na atividade isolada, pode ser muito prejudicial. Ela pode ser atenuada se essa atividade for compartilhada com outras crianças e na presença do adulto, estimulando e orientando as crianças nessas brincadeiras. JH: Qual é o conselho que a senhora dá para que os pais consigam equilibrar horário de brincadeiras, com os compromissos dos filhos? Marilena: Eu acho que vale a pena investir na criança, ouvir a criança e compartilhar com ela o tempo que ela tem, inclusive criando uma situação, um ambiente de alegria, de afetividade, que é extremamente benéfico, que vai render dividendos no futuro. É um investimento que vale a pena tentar descobrir o prazer de estar junto, de compartilhar com a criança.
(A descoberta do brincar, pesquisa realizada pelo Instituto Unilever)

Através do brincar a criança tem possibilidades de desenvolver a coordenação motora, seu raciocínio, fantasias, habilidades visuais, auditivas, sua inteligência.
Na atividade lúdica a criança aprende a perder, negociar, ceder... Estes momentos são únicos e oportunos para a criança elaborar suas angústias, frustrações, medos, autonomia, limites.
Andréa Soares Delfin


quinta-feira, 17 de setembro de 2009



Esta blog é um espaço para todas as pessoas que valorizam e resgatam o verdadeiro sentido do brincar .O brincar espontâneo que possibilita a criança expressar o verdadeiro sentido de ser criança, a expressão mais pura de como elas vêem o mundo e como sentem tudo aquilo que está a sua volta.O brincar como momento de família, como aproximação de amigos, como reconhecimento de seus limites, como descoberta do seu próprio eu!