quinta-feira, 20 de abril de 2017

Qual brinquedo é importante para a idade do meu filho?

Em primeiro lugar quero parabenizar o leitor desta matéria que está preocupado em incentivar o brincar das crianças.

Brincar é muito sério! Infelizmente, hoje muitas crianças têm dificuldades na parte motora, cognitiva e afetiva pela ausência do brinquedo e da brincadeira.

Você já deve ter ouvido falar que o brincar é tão essencial à criança quanto o trabalho é para os adultos.

Atualmente no consultório, deparamos com crianças que não brincam, consequentemente têm dificuldades para aprender, muitas não tem interesse, não tem entusiasmo, não demonstram sensibilidade e não desenvolvem afetividade.

O brincar é a linguagem infantil, uma maneira que as crianças utilizam para falar não convencionalmente, mas para se expressar e demonstrar seus sentimentos, suas vontades e suas inquietudes.

Segue abaixo um orientador por idade e características específicas de cada etapa:

0 a 2 anos - Idade para movimentar-se!

O bebê começa a conhecer o mundo através dos sentidos. Utilize, portanto, móbiles para a experiência auditiva e visual, especialmente os sonoros. 

Os brinquedos de borracha em forma de animais, os carrinhos são muito atrativos e desenvolvem o tato e se tiver cheirinho, também desenvolve o olfato.

Eles também adoram objetos que imitem sons, bonecos de tecido, brinquedos de puxar e empurrar, mordedores e cubos para empilhar.

O importe nesta faixa etária é que todos os brinquedos devem ser de tamanho grande para que a criança não engula.

Não recomendamos o uso de tecnologias nesta fase, pois prejudica o desenvolvimento cerebral, prejudicando as funções executivas (processo cognitivo responsável pelo planejamento e execução das atividades envolvendo memória, controle dos impulsos, atenção, organização, manejo do tempo, entre outras habilidades) o que pode futuramente prejudicar a aprendizagem.

2 a 3 anos – Idade para descobrir!

A criança já consegue se movimentar sozinha. Aposte nos brinquedos para estimular atividades físicas, como objetos para puxar e empurrar, triciclos, bolas, cavalinho de balanço, blocos de montar.

Eles adoram animais de tecido e pelúcias, bonecos, caixas com objetos para tirar, colocar, encaixar; brinquedos que mostram reação a uma ação (por exemplo, uma criança aperta a mão da boneca e ela fala); blocos com diferentes cores. Nesta fase, também é importante os brinquedos sejam de tamanhos grandes para não oferecer perigo de engolir.

Também não recomendamos o uso de tecnologias.

3 a 6 anos – Idade para fazer de conta!

A criança adquiri cada vez mais destrezas, sendo importante nesta fase desenvolver ainda mais as atividades motoras amplas e finas oferecendo: triciclos, bicicletas, patinetes e massinha.

Eles também gostam de miniatura de objetos que imitem a vida real. Para estimular a imaginação, vale a pena investir em fantasias, máscaras e fantoches. Estimule também jogos simples de regras como dominó e quebra-cabeças com nível fácil.

Eles adoram pintar, desenhar, brincar de massinha, argila, blocos, lego, jogos em turma, casinha, bonecos com acessórios, carros e motos.

Nesta fase do desenvolvimento as crianças podem interagir com as tecnologias, mas não poder exceder o tempo de 1 hora.



6 a 11 anos – Idade para pensar e criar!

Mais socializada a criança se interessa por inovações e descobertas. Ofereça brinquedos que desenvolvam atividades intelectuais, físicas e os que envolvam desafios como, por exemplo, um quebra-cabeça avançado.

Eles adoram robôs, patins, bicicletas, brinquedos de construção, jogos no computador, veículos em miniatura, brinquedos com super-heróis ou personagens de desenhos e filmes.

Nesta fase do desenvolvimento, as crianças podem interagir com as tecnologias, mas não poder exceder o tempo de 1 hora.

A partir de 11 anos – Idade para avançar, inovar, estimular!

Esta é uma fase de estimular a imaginação e o raciocínio lógico. O pré-adolescente se interessa por jogos mais sofisticados e complexos!

Eles adoram jogos de tabuleiro, de computador, de celulares, pebolim, pingue-pongue, autoramas, ferroramas, bicicletas e skates.

Agora muita atenção! Estabeleça um horário para a criança brincar com os jogos eletrônicos. Orientamos nessa idade, a restrição de 2 horas por dia, não mais que isso!

O uso excessivo das tecnologias deixam as crianças mais passivas, com dificuldades em interagir ou ter contato físico com outras pessoas. Grande possibilidade de ter prejuízo na atenção, concentração, pode limitar também o movimento e consequentemente o rendimento acadêmico e a alfabetização, sem contar que podem prejudicar o sono e desenvolver a obesidade.

Aproveitem os brinquedos e brinquem com os seus filhos enquanto eles querem brincar com você! Você não está perdendo tempo, você está investindo no futuro de seu filho!

Um grande abraço e até mais!





Andréa Soares Delfin

Mestre em Políticas Públicas de Educação

Especialista em Psicopedagogia e neuroaprendizagem

Professora Titular do Curso de Pós em Psicopedagogia

Neuropsicopedagoga clínica
ABPp: 12069
andrea.delfin@inaspe.com.br



Andréa Preto

Pedagoga e Psicopedagoga

Professora Titular do Curso de Pós em Psicopedagogia

ABPp: 12850

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Meu filho está mordendo outras crianças...e agora?

A mordida é uma situação comum de acontecer com crianças na faixa etária de 1 ano e 6 meses a 3 anos, pois a criança está na fase oral. Tudo o que a criança conheceu até então, sua aprendizagem foi oral: seio materno, a mamadeira, a chupeta, o dedo...

Justamente nesta fase a criança é egocêntrica, ela se vê como o centro do mundo, não tendo noção do outro, nem do que o outro pode sentir.

Assim, quando algum amiguinho resolve pegar o mesmo brinquedo para brincar, mesmo que não esteja brincando com ele, quando ocorre qualquer situação em que é retirado algo dela, ou apenas por ela ter que dividir a atenção da educadora, ela usará a linguagem conhecida por ela que é a mordida!

Existem casos de crianças que mordem seus amiguinhos puramente  como forma de carinho!
Vale lembrar  também que os pais precisam se atentar com suas próprias brincadeiras, pois muitas vezes os próprios pais brincam com seus filhos de morder. Muitas famílias usam a frase:  “ai que lindo... dá vontade de te morder...” e muitos mordem mesmo!

As crianças passam pela fase da mordida, umas com maior, outras com menor intensidade, pois estão exercendo o sentimento de posse sobre os objetos e pessoas. É uma forma de lutar pelo que deseja.

A proposta é redirecionar este comportamento gradativamente, pois apesar de normal, devemos colocar limites e adotar comportamentos socialmente aceitos.

O que fazer?
Em primeiro lugar entenda que é uma reação corporal da criança. É importante conversar firme e carinhosamente com a criança. O papel do adulto é transformar a atitude corporal em uma atitude mediada pela linguagem e sempre fique atento e vigilante e próximo de crianças nesta fase a fim de evitar que a mordida se concretize.
Um outro ponto importante é criar uma rotina de atividades que ajudem as crianças a se expressarem e a descarregarem suas tensões, diminuindo a ocorrência das dolorosas mordidas.
Algumas dicas práticas:

- Incentive atividades de manipulação de papel, como rasgar, amassar, rasgar revistas velhas, fazer bolinhas com papel, tudo para aliviar a agressividade;
- Atividades de pintura com pincéis e com os próprios dedos;
- Oportunize momentos de manipulação de massinha: modelar, jogar, bater com força, esticar, etc;
- Deixe a criança explorar as diferentes texturas: ofereça às crianças materiais como algodão, lixa, gelo e coisas moles, como mingau colorido com corante e sagu;
-  Cante com a criança, bata palmas, dance;
-  Incentivar brincadeiras com água e lama no jardim.As situações ao ar livre são essenciais para qualquer criança;
- Conte muitas historinhas, use fantoches e uma entonação de voz atraente e cheia de suspense.
Agora atenção... morder eventualmente é esperado, porém, situações em que a mordida se repete de forma muito intensa merecem atenção, pois mostram um transbordamento afetivo e pode ser sintoma de que algo não vai bem com a criança e que ela precisa de nossa ajuda.

Não tenha medo de procurar ajuda de um psicólogo, este profissional irá analisar o caso e auxiliará a família na condução comportamental da criança.
Qualquer dúvida entre em contato conosco!

Andréa Soares Delfin
Mestre em Políticas Públicas de Educação
Especialista em Psicopedagogia e neuroaprendizagem
Professora Titular do Curso de Pós em Psicopedagogia
Neuropsicopedagoga clínica
ABPp: 12069

Mavy A. Cavalcanti
Crp 06.62427
Psicóloga Terapeuta Cognitiva Comportamental
Coach
Especialista em avaliação comportamento
mavycavalcanti16@gmail.com

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Alfabetizando com criatividade!

A leitura para uns é uma atividade prazerosa, para outros um desafio a conquistar que somente será alcançado através de muito incentivo e criatividade! Cada um aprende de um jeito!
Seja criativo e contemple o multissensorial!

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Atenção! Seu filho precisa brincar!






            O assunto sobre o brincar é muito sério! Infelizmente muitas de nossas crianças estão deixando de brincar! Isto é muito triste...



            Todos nós sabemos que o brincar é uma diversão para a criança, mas não para por aí, o brincar vai muito além da diversão...



            O brincar é uma grande mola propulsora para estimular os circuitos nervosos, constituídos por bilhões de células que farão conexões com outros tantos neurônios para que sejam criados circuitos necessários para executar as mais diferentes funções.



            O brincar é composto por vários elementos: estrutura (começo, meio e fim), os meios (como brincar), os fins (por que brincar), conteúdo (temática da brincadeira), envolvendo ainda as regras, o espaço, o tempo, os brinquedos, os parceiros e o comportamento lúdico (ações e reações daqueles que brincam), todos estes elementos estão relacionados com as principais habilidades que integram as funções executivas.



            Função executiva é um conceito neuropsicológico que se aplica ao processo cognitivo responsável pelo planejamento e execução de atividades, incluindo iniciação de tarefas, memória de trabalho, atenção sustentada e inibição dos impulsos.



            Essas funções executivas são desenvolvidas principalmente nos primeiros anos de vida e quando há falha dessas funções, poderão aparecer problemas envolvendo planejamento, organização, manejo do tempo, memória e controle das emoções. A principal região do cérebro responsável pelas funções executivas é o córtex pré-frontal.



            Conforme a criança brinca e interage com o ambiente, a rede neural se amplia formando redes, novos caminhos neurais se formam e distintas áreas do cérebro se tornam interconectadas.



Entre os circuitos neurais estimulados pelo brincar, estão, por exemplo, o sistema límbico, responsável primordialmente por controlar as emoções e secundariamente participa das funções do aprendizado e memória, e o neocórtex, local que detém o domínio da cognição. Essa interligação do sistema límbico e o neocórtex disponibilizam às crianças, jovens e adultos um intercâmbio ainda mais eficiente entre a emoção e razão.



            É através de ações como o brincar, que a tomada de decisões, antes restrita à ação do sistema límbico, pode passar a contar com o apoio do neocórtex e valer-se também de habilidades racionais.



Segundo a pesquisa “O valor do brincar livre”, realizada com 12.170 pais em 10 países, 40% das crianças brasileiras brincam ao ar livre por 1 hora ou menos por dia – e 6% sequer se divertem fora de casa. Entre as causas apontadas no mesmo estudo estão a falta de segurança e a agenda ocupada dos pais, além de outras dificuldades típicas da rotina urbana. E não é difícil imaginar as consequências. Nossas crianças já gastam 24% do seu tempo livre diante de uma tela, e 89% delas preferem brincar com esportes virtuais, no computador ou no tablet, a praticá-los na vida real.



            O sedentarismo na infância resulta em muitos prejuízos para o desenvolvimento físico e cognitivo. A criança precisa brincar em terrenos irregulares, onde enfrenta desafios para sua coordenação, equilíbrio, postura corporal, força, destreza, noções de distância e tamanho.



            Todas estas competências que são trabalhadas brincando serão exigidas no ato de aprender um conteúdo escolar.



            Hoje em dia está se tornando comum crianças precisarem de apoio especializado para executarem as atividades escolares. As queixas dos pais e das escolas são praticamente as mesmas: desorganização espacial; problemas com espaçamentos de palavras; dificuldades com a localização espacial das letras; caligrafia desarmônica; troca e inversões de letras e números; demora ou impossibilidade de discriminação da preferência lateral; dificuldade em compreender conceitos como “dentro - fora” ou “em cima - embaixo”, inabilidades em atividades de coordenação motora fina, entre outras.



             As habilidades cognitivas, a aprendizagem acadêmica, estão diretamente relacionadas com as habilidades motoras e estas dependem dos estímulos recebidos nos estágios de desenvolvimento da criança, ou seja, a criança que se movimenta, subindo e descendo, escorregando, girando, pulando, rodando, balançando, brincando de pega-pega, casinha, com carrinhos, bola, bambolês, no tanque de areia, com jogos de encaixe, quebra-cabeças, memória, jogos de regras, entre outros, estará maximizando suas potencialidades cognitivas e motoras e com isso controlando melhor as habilidades que a ajudarão no ambiente escolar e em seu desenvolvimento como indivíduo.



            Na verdade a criança não está só brincando, ela está fazendo uma importante construção que vai embasar toda aprendizagem futura.



            Quanto maior for a possibilidade da criança brincar, melhor será o desenvolvimento nas habilidades de: concentração, organização, autorregulação, autoestima e autoconfiança, integração social, estabilidade emocional, planejamento e execução motora adequada, aprendizagem acadêmica, capacidade para o pensamento lógico e raciocínio abstrato.



            Portanto querida família, contribua para que seu filho vá bem na aprendizagem, deixe-o brincar!



Andréa Soares Delfin

Mestre em Políticas Públicas de Educação

Especialista em Psicopedagogia e Neuroaprendizagem

Professora Titular do Curso de Pós em Psicopedagogia

Neuropsicopedagoga clínica

ABPp: 12069


andrea.delfin@inaspe.com.br



Andrea Campos Preto

Pedagoga e Psicopedagoga Clínica e Institucional

Professora substituta do Curso de Pós em Psicopedagogia

ABPp:12850



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