quarta-feira, 13 de outubro de 2010

POESIA - BRINCAR

Lá no horizonte
Lembro de meu passado solitário
Que ensinava-me a cantar
Numa noite de grito de aflição
Que auxiliaste-me a vencer a ignorância
Na brincadeira perdida


Ouvia lindas canções de brincadeira emocionado
Que chamava a multidão para brincar
Este era centro especial de brincadeira do meu passado

Que brincava com carro de lata e de madeira
Era impossível dizer que estou com muita fome
Porque desperdiçavam alimentação da sua casa
Por causa da brincadeira

Nectavam o seu brinquedo com seu amigo sorridente
Com uma fila de marca incrível do seu gosto
Mas que saudade eu tenho
De brincar até ao amanhecer
Na corrida de saco da minha percerela

Já esconde a infantilidade que me obrigava brincar
Digo que eu não quero mais brincar
Mas a minha saudade é tão grande
De brincar com amigos meus do passado
Porque ainda o meu passado
Traz muita lembrança da brincadeira

Saudade...
Nunca ouvi falar
Esta saudade do nada
Esta loucura...

Volvamos à realidade
Sonhador...

Esta mania de imaginar
E de inventar a brincadeira
Com os olhos no chão
De ouvir as vozes longínquas
Dos amigos meus que não cantam

Recordo este dia triste
Que fomos roubado o nosso brinquedo
Pelo amigo falso
Que o ofuscava a nossa brincadeira
No grito de anseios

Esse mesmo amigo
Essa miséria...
Que me perturbava gritar na brincadeira
Dos dias de felicidade
De mim!

Amigo feliz que canta
De brincadeira honesta

Eu tenho saudade
Saudade, sim!
De brincar na ignorância do pesadelo

Eu tenho a esperança de encontrar o meu amigo
Que a lembrança levou numa sagrada partida.

(Lourenço Domingos de Oliveira – Cacuaco / Luanda/ África)